quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

Os sítios onde vamos sozinhos


Existem sítios onde posso ir sozinha, porque são tão agradáveis e estão em comunhão com a minha alma, não me geram nenhum desconforto. Estes sítios pode ser qualquer praia paradisíaca com palmeiras e barcos á vela nas marinas, ou uma secretária para escrever, uma cama quentinha com o meu cão, uma espreguiçadeira à beira mar com uma brisa fresca, uma festa com música espectacular, o simples estar nos braços de alguém amado, ou uma sesta em cima da toalha de pic-nic no meio dos pinheiros cheirosos ou até um passeio em velocidade pelas estradas com bermas verdes. Estes sítios, terão o poder de transformar qualquer situação ou companhia menos boa, em apenas pormenores da paisagem.
Outros sítios, onde normalmente não terei vontade de ir sozinha, são sítios que se formam como bons pela companhia, qualquer sítio pode ser óptimo com uma excelente companhia, a companhia dos que amamos, estimamos ou simplesmente estamos apaixonados, podem nascer ondas do mar e flores viçosas, mesmo no ermo siberiano onde exista amor.

domingo, 4 de novembro de 2012

Ensino Moderno


Ontem, a propósito do “ensino moderno” em algumas escolas em Portugal, percebi finalmente, que tenho visto esta questão da escrita de uma maneira muito fechada e afunilada, coisa que não é tipicamente minha, ou tento que não seja. Para que nesse modelo pedagógico, hoje em dia, o conceito de ensino assenta no incentivo a que as crianças escrevam, escrevam muito sem que lhes aponte ou marques os erros a encarnado nos cadernos. O objectivo é que elas ganhem o gosto pela escrita e pela leitura, que com o passar do tempo e com o aumento de conhecimento, se vai traduzir numa escrita correcta e na construção de pessoa sem medo de escrever, sem medo de errar, ou deixar de se expressar para evitar erros de forma. Muito bem, palmas! O conteúdo sobre a forma é tudo em que eu acredito, e isto não poderia fazer mais sentido.
Agora entendo maior a minha agonia da escrita. Agora entendo que, para o bem e para o mal, fui educada no sistema tradicional, que é a personificação de uma mulher com uma perturbação obsessiva-compulsiva e que não pode ver uma vírgula fora do lugar, um erro ortográfico ou uma frase ligeiramente mal construída. Vou então mandar essa senhora à merda e aplicar o “sistema moderno” a mim mesma. Ou seja, deixar-me de culpar e de me lamuriar por não saber escrever, e deixar-me embrenhar e envolver no processo de escrever, escrever, escrever, ler, ler, ler e deixar-me ensinar pelo próprio processo. Sem medo de represálias da mulher doente, afinal ninguém me vai bater com a régua nas mãos, nem eu preciso de impressionar ninguém em particular com a minha escrita.
Problema resolvido. Eu e a minha escrita somos amigas outra vez, e temos uma relação saudável pela frente. Até estou um pouco envergonhada, de não ter visto tudo desde esta perspectiva antes, que raios. Mais atenção menina Andreia, mais atenção!

terça-feira, 30 de outubro de 2012

O drama do costume



O drama do costume é que eu gosto de escrever, gostava de ter coisas bonitas na ponta dos neurónios para escrever, e palavras entrelaçadas, congruentes, e fluidas com sentidos vários inspirados em pensamentos inteligentes, e na verdade, não me sai nada disso. Não me sai nada, ou sai algo, como o que estão a ler agora, sobre coisa nenhuma, ou então algo com vago interesse, que até eu própria ao ler uns meses depois não reconheço e que me provoca uma certa vergonha. E a vergonha nem é de estar mal escrito, porque para isso nem preciso de esperar alguns meses, mas sim vergonha de ter pensado aquilo, e o quanto volátil e dramática é a tona do pensamento. Não tenho particular orgulho do que me vai na cabeça, se o tivesse que contar a outras pessoas, mas não creio que alguém tenha, ou que os pensamentos corridos de alguém seja dignos de serem páginas de livros ou jornais, talvez os meus sejam apenas normais, e eu apenas me aperceba mais disso apenas porque ousei escrevê-los e relê-los um dia destes que passou.
E sempre que tento escrever, apercebo-me que depois de umas linhas de algum queixume, consigo cuspir algo que não me envergonha de todo, pelo menos à primeira vista, e que assim, para um texto tão pequeno, até tem algum conteúdo e até fez algum sentido. E lá sigo o meu dia, mais um dia, em que dei mais um passinho, alimentando o rumo à minha utopia de um dia viver da escrita.

avança




No dia em que a atracção for uma ciência exacta, com preceitos e regras, no dia em que um abraço tiver um modo e um tempo para ser dado, no dia em que não a abraçarmos no preciso instante em que intuímos que não há como não abraçá-lo, no dia em que ele se revelar, como numa epifania, a pessoa da nossa vida e nós fizermos de conta que ainda não é chegado o tempo para uma pessoa da nossa vida, no dia em que fizermos contas para perceber se é a altura certa para beijá-lo, no dia em que ele nos olhar nos olhos e nós ficarmos espantadas durante tanto tempo que ele entretanto desapareceu, nesse dia em que sejam os decotes e os olhares fatais e o guarda-roupa e os olhos azuis e os cabelos louros a determinar as nossas escolhas, nesse dia, Tio Pipoco, mereceremos estatelar-nos com estrondo e será justo que ninguém nos levante.
https://blogger.googleusercontent.com/tracker/7925201853770752404-7274104939496402425?l=pipocomaissalgado.blogspot.com
Inspirado e adaptado do “Tio Pipoco”

quarta-feira, 9 de maio de 2012

Born to die

Muitas vezes me pergunto, porque acordo tão dramática, sentimental, e até levemente inconsolável. Creio não ser por nada, mas apenas fico triste de o mundo ser tão vazio de coisas importantes e sentimentos nobre. Todos sabemos que podemos confiar em muito pouco e em muito poucos. Possivelmente é porque todos sentimos o mesmo. Todos sentimos que nascemos para morrer. Esta música é uma representação disso, desta serenidade desesperante e sem esperança, rendida ao vazio, e à insignificância do tudo, por ser, ele mesmo um grande nada em que deambulamos.

Lana Del Rey - Born to Die

existencialista

Não me ofuscas. Nem pretendia que me ofuscasses.
Sei que não o queria, mas também nunca o confessaria, porque é feio.
Prefiro que me dês luta ás vezes, que me admires a maior parte das outras vezes, e umas quantas restantes me faças teu discípulo, nas coisas que tu sabes tudo, e eu aprendo contigo. É por isso que não me ofuscas, pelo contrário, transformas-me em algo para além do que era, um além mais prático, mundano, existencialista, e básico que me faltava. Agora não sou só um intelectual, sou sim, brilhantemente, um Homem intelectual bem casado.

terça-feira, 1 de maio de 2012

Em paz

Depois de tanto tentar amar e ser amada, descobri que apenas me amo cada vez mais e só a mim.  Não vos amei integralmente, amei em cada um de vós a pequena parte com a qual me identifiquei, e amei. Amei descobrir esses bocadinhos que afinal eram meus, e não vossos. Esses bocadinhos pensadores, contidos, sorrisos-meios, empreendedores, escritores, viajados, de confiança, inspirados, intelectuais, fogosos, dedicados, românticos, íntegros, filosóficos, abertos, empenhados, com mentes que ultrapassam espaços e tempos, separados ou juntos, leais, preguiçosos ou sonhadores. Todos esses bocadinhos são meus, só meus, e eu amo-me, e às vezes amo-vos a vocês porque me deram isto tudo, e talvez mais.
E agora posso descansar. Em paz. Não há mais ninguém para ser amado.

My sweet obsession: ANTIQUE TYPEWRITERS




see more here and here

Olhar para ela, é assim como um inventivo extra, que me diz, segue em frente, tecla-me, pressiona-me as teclas, garanto que o que escreverás será fantástico. E assim sigo, com estes encorajamentos.

sexta-feira, 27 de abril de 2012

Ninguém me tira esta ideia

Não fui feita para esta coisa de ter um emprego. E não é que não goste muito do que faço, ou que não me divirta bastante e desfrute. Apesar de haver uma parte de mim que é uma gestora voraz, motivada e e inteligente, existe outra parte que quer ficar em casa, com os dedos num teclado à espera de ideias para teclar, entre as minhas almofadas, as minhas plantas, o choro dos meus filhos, a caneca do café, e às vezes em camisa de noite. Existe uma parte de mim que quer criar, inspirar e tornar o mundo mais bonito de uma forma menos para os outros, mas sim para mim.
O mais curioso é que eu não sei escrever, dou erros ortográficos, sei pouco de técnicas de escrita, sintaxe, gramática, modos de narrar, escrita criativa, jornalismo, romances ou o novo acordo ortográfico. Nunca estudei jornalismo, letras ou estudos portugueses.
Apenas sei, quero escrever, em português. Quero escrever, escrever, escrever, e ouvir crianças a brincar à minha roda, e vislumbrar as musas da literatura a voarem por cima de mim.
Dizem que o caminho para o melhor emprego do mundo, é quandor tornamos o nosso hobbie no nosso trabalho. Isso seria mais do que bom.
E não quero inventar histórias, personagens e enrredo como nos dizia o Paul Auster, quero dizer a verdade ou uma verdade qualquer, que muitas vezes pode ser a minha, do modo mais belo possível. Belo a valer, beleza de verdade. Gosto de filosofia, artes, biografias e cultura. Gosto de textos com humor, com palavras esquisitas, meios formais, que me surpreendem, críticos e inteligentes, uma vezes simples, outras complicados. Por isso não sei se posso dizer que quero ser escritora, talvez queira ser critica, filosofa, jornalista ou pedagoga, desde que tenha os dedinhos no teclado todo o dia e os olhos do lado de fora da janela.
Sei que me falta muito para lá chegar, pelo menos no conceito em que imagino, mas só falta começar... por exemplo hoje, agora mesmo, se seguida com o click no botão "publicar".

Discurso de Paul Auster

''
No sé por qué me dedico a esto. Si lo supiera, probablemente no tendría necesidad de hacerlo. Lo único que puedo decir, y de eso estoy completamente seguro, es que he sentido tal necesidad desde los primeros tiempos de mi adolescencia. Me refiero a escribir, y en especial a la escritura como medio para narrar historias, relatos imaginarios que nunca han sucedido en eso que denominamos mundo real. Sin duda es una extraña manera de pasarse la vida: encerrado en una habitación con la pluma en la mano, hora tras hora, día tras día, año tras año, esforzándose por llenar unas cuartillas de palabras con objeto de dar vida a lo que no existe, salvo en la propia imaginación. ¿Y por qué se empeñaría alguien en hacer una cosa así? La única respuesta que se me ha ocurrido alguna vez es la siguiente: porque no tiene más remedio, porque no puede hacer otra cosa.
Esa necesidad de hacer, de crear, de inventar es sin duda un impulso humano fundamental. Pero ¿con qué objeto? ¿Qué sentido tiene el arte, y en particular el arte de narrar, en lo que llamamos mundo real? Ninguno que se me ocurra; al menos desde el punto de vista práctico. Un libro nunca ha alimentado el estómago de un niño hambriento. Un libro nunca ha impedido que la bala penetre en el cuerpo de la víctima. Un libro nunca ha evitado que una bomba caiga sobre civiles inocentes en el fragor de una guerra. Hay quien cree que una apreciación entusiasta del arte puede hacernos realmente mejores: más justos, más decentes, más sensibles, más comprensivos. Y quizá sea cierto; en algunos casos, raros y aislados. Pero no olvidemos que Hitler empezó siendo artista. Los tiranos y dictadores leen novelas. Los asesinos leen literatura en la cárcel. ¿Y quién puede decir que no disfrutan de los libros tanto como el que más?


En otras palabras, el arte es inútil, al menos comparado con, digamos, el trabajo de un fontanero, un médico o un maquinista. Pero ¿qué tiene de malo la inutilidad? ¿Acaso la falta de sentido práctico supone que los libros, los cuadros y los cuartetos de cuerda son una pura y simple pérdida de tiempo? Muchos lo creen. Pero yo sostengo que el valor del arte reside en su misma inutilidad; que la creación de una obra de arte es lo que nos distingue de las demás criaturas que pueblan este planeta, y lo que nos define, en lo esencial, como seres humanos. Hacer algo por puro placer, por la gracia de hacerlo. Piénsese en el esfuerzo que supone, en las largas horas de práctica y disciplina que se necesitan para ser un consumado pianista o bailarín. Todo ese trabajo y sufrimiento, los sacrificios realizados para lograr algo que es total y absolutamente inútil.
La narrativa, sin embargo, se halla en una esfera un tanto diferente de las demás artes. Su medio es el lenguaje, y el lenguaje es algo que compartimos con los demás, común a todos nosotros. En cuanto aprendemos a hablar, empezamos a sentir avidez por los relatos. Los que seamos capaces de rememorar nuestra infancia recordaremos el ansia con que saboreábamos el cuento que nos contaban en la cama, el momento en que nuestro padre, o nuestra madre, se sentaba en la penumbra junto a nosotros con un libro y nos leía un cuento de hadas. Los que somos padres no tendremos dificultad en evocar la embelesada atención en los ojos de nuestros hijos cuando les leíamos un cuento. ¿A qué se debe ese ferviente deseo de escuchar? Los cuentos de hadas suelen ser crueles y violentos, describen decapitaciones, canibalismo, transformaciones grotescas y encantamientos maléficos. Cualquiera pensaría que esos elementos llenarían de espanto a un crío; pero lo que el niño experimenta a través de esos cuentos es precisamente un encuentro fortuito con sus propios miedos y angustias interiores, en un entorno en el que está perfectamente a salvo y protegido. Tal es la magia de los relatos: pueden transportarnos a las profundidades del infierno, pero en realidad son inofensivos.
Nos hacemos mayores, pero no cambiamos. Nos volvemos más refinados, pero en el fondo seguimos siendo como cuando éramos pequeños, criaturas que esperan ansiosamente que les cuenten otra historia, y la siguiente, y otra más. Durante años, en todos los países del mundo occidental, se han publicado numerosos artículos que lamentan el hecho de que se leen cada vez menos libros, de que hemos entrado en lo que algunos llaman la "era posliteraria". Puede que sea cierto, pero de todos modos no ha disminuido por eso la universal avidez por el relato. Al fin y al cabo, la novela no es el único venero de historias. El cine, la televisión y hasta los tebeos producen obras de ficción en cantidades industriales, y el público continúa tragándoselas con gran pasión. Ello se debe a la necesidad de historias que tiene el ser humano. Las necesita casi tanto como el comer, y sea cual sea la forma en que se presenten –en la página impresa o en la pantalla de televisión, resultaría imposible imaginar la vida sin ellas.

De todos modos, en lo que respecta al estado de la novela, al futuro de la novela, me siento bastante optimista. Hablar de cantidad no sirve de nada cuando nos referimos a los libros; porque no hay más que un lector, sólo un lector en todas y cada una de las veces. Lo que explica el particular influjo de la novela, y por qué, en mi opinión, nunca desaparecerá como forma literaria. La novela es una colaboración a partes iguales entre el escritor y el lector, y constituye el único lugar del mundo donde dos extraños pueden encontrarse en condiciones de absoluta intimidad. Me he pasado la vida entablando conversación con gente que nunca he visto, con personas que jamás conoceré, y así espero seguir hasta el día en que exhale mi último aliento.
Nunca he querido trabajar en otra cosa.
''

domingo, 8 de abril de 2012

Some wisdom

No fim acaba sempre tudo bem, se ainda não está tudo bem, é porque ainda não é o fim.


quinta-feira, 5 de abril de 2012

Gostava tanto de ser escritora...

"...
esta é a história de crisóstomo que, chegando aos quarenta anos, lida com a tristeza de não ter tido um filho. do sonho de encontrar uma criança que o prolongue e de outros inesperados encontros, nasce uma família inventada, mas tão pura e fundamental como qualquer outra.
as histórias do crisóstomo e do camilo, da isaura, do antonino e da matilde mostram que para se ser feliz é preciso aceitar ser o que se pode, nunca deixando contudo de acreditar que é possível estar e ser sempre melhor. as suas vidas ilustram igualmente que o amor, sendo uma pacificação com a nossa natureza, tem o poder de a transformar.
tocando em temas tão basilares à vida humana como o amor, a paternidade e a família, o filho de mil homens exibe, como sempre, a apurada sensibilidade e o esplendor criativo de valter hugo mãe.
..."

terça-feira, 3 de abril de 2012

segunda-feira, 2 de abril de 2012

Tu és prazer

Sou verdadeiramente feliz porque vivo o meu dia sem pressas, sem horas, sem afazeres urgentes, de vida ou morte. Levanto-me, demoro-me e retenho-me no que me apetece. Não sinto falta de nada, e não sofro de ansiedades, mas sei o que procuro. Normalmente retenho-me em ti, ou em pensar como posso ser mais bonita para ti, exercito a minha feminilidade, e és o top do top do meu prazer mental.

Right

I am just focused in wrong choices right now, and i totally love it.

Queremos resultados


Calcula, formula hipóteses, resolve formulas, podes tentar elaborar alguns diagramas que te vão levar ao teste de hipóteses, que te sugam para noites de olhos fechados, vais prender-te demoradamente nas hipóteses mais favoráveis, e atribuir displicentemente uma percentagem probabilística às mais amargas, e passar à intersecção seguinte. Os resultados errados doem. 

quinta-feira, 29 de março de 2012

O Diego é que sabe



"..
às vezes caço com uma lupa num jornal, termos que ainda não constavam do meu rol
.."

Não tenhas medo.

Não tenhas medo. Não deixes para uma próxima encarnação aquilo que podemos ter já.
Não penses mais, não adies, vive. Vive comigo.
Não deixes que te arrependas outra vez. A vida passa a correr, e já lá vão 30 anos no total, e 10 nossos.

Só precisamos dele, e ele muda-nos

Não, não é um "chiclé".
Longe disso.
O amor é regenerador, depois de desilusões e fatalidades. Só ele nos cura e nos trás de volta. Ele dá-nos aquela última notícia que tem o poder de sarar tudo, amamos e agora podemos tudo, voltar a lutar por tudo. Outra vez, ou talvez, seja apenas a primeira de verdade.
Quando nos apercebemos, deixamos de nos sentir espectadores, e só queremos acordar e saltar para actores, nesta cena de filme que vimos muitas vezes.
O ser humano foi feito para amar e ser amado. Antes de nascer, e até depois de morrer.
Não o negues quando o vires, evita resistir se ele te atacar, luta por o encontrar se ele tiver ido para longe, num comboio, num avião ou num navio.

A minha máquina de escrever


Quando escrevo, eu sou mais eu, posso ler-me, aprofundar-me e interpretar-me. Posso encher-me de detalhes, por-me vírgulas, adjectivos e ordenar-me. Creio até que consigo acrescentar-me alguma beleza. Sou mais arte.
Sou mais, sou uma obra, uma obra escrita.

Para mim é essencial...

...O estimulo intelectual, quer seja artístico, cultural, social, espacial ou inter-pessoal.
...A nobreza dos sentimentos meditados, porque além de simplesmente sentidos, são, com dedicação, elaborados e executados com a inteligência dos sábios.
...A liberdade, de ser, de fazer, porque a tradição, as regras e o "costume" são um guião que outros já escreveram para vidas onde a minha não está incluída.

sexta-feira, 23 de março de 2012

quinta-feira, 22 de março de 2012

Semi-inconsciência

Semi-inconsciência, antes da consciência, ou mesmo depois de nunca a ter tido. É assim como a definição do copo que nunca esteve vazio ou cheio, foi sempre assim a àgua que sempre nasceu do vidro, nunca agitada ou mexida.
Um dia, apareceram insectos mortos na água, e ela continuou a ser a mesma quantidade, mas agora sabemos que não vale nada e não serviu para nada. Pobre copo, pobre água, bebem os mosquitos, colam as asas.

Pé frio

Sinto o meu pé frio, num sítio frio. 
Normalmente isso alegra-me. Diz-me que estou num sítio novo.
Um sítio onde sou crescida, estou a ver, a descobrir, a avançar para bocadinhos da cama onde ainda não tinha posto o pé, enquanto sonho que voo, que adormeço, que caminho a alta velocidade, que descubro um bocadinho de cama, e mais uma cama onde nunca tinha dormido.

segunda-feira, 19 de março de 2012

Heart-Karma

O teu karma é protegeres-me de mim própria.
O meu karma é ensinar-te a escrever aquilo que eu sei e que só tu sabes sentir.

Noutra vida

Noutra vida tu vais ser corajoso, e noutra vida, eu vou ser paciente.
Nessa vida, estaremos juntos, tão juntos que os nossos corpos ardem de verdade.
Mas nesta vida, eu choro, porque te amo desde à 3 encarnações atrás, quando nos encontrámos pela primeira vez, e já escrevia para ti coisas assim como estas com uma caneta de pena.
Nessa vida tinhas nascido mais corajoso, e eu sabia escrever melhor. Desaprendi, porque me deixas sozinha, e fico tão desgovernada.

Escrever o escrito

Escrevo o que escrevo para que se torne real.
Leio para sair do real.
Se escrever nos leva para o real, retira-nos da vida dos autómatos.
Escrever não só torna real o imaginado, como torna real a tua própria existência e a dos teus objectos imaginados.
Se estiveres na realidade agora a ler isto, fica sabendo que podes ser apenas um fruto da minha imaginação. E és.... e és.

terça-feira, 13 de março de 2012

In another life, I will be your girl

In another life, I will be your girl
In another life, I will make you stay

Mente Consumida

Procuro todos os recantos. Olho para as frestas mais improváveis. Investigo o inviável e o viável. Tomo diligências, sem tomar por certo aquilo que apenas parece. Acordo a meio da noite com ideias novas de pistas a seguir. Escrevo-as no meu caderno, fecho os olhos. São esses momentos que me fazem, no dia seguinte, decidir prolongar por mais um dia esta investigação que leva o juízo, mas também é a única que me torna gente. Gente que não encontro.
Nunca me culparei de falta de alma investida e mente consumida, nem por não te levar debaixo da minha pele 24 horas por dia. E com esse descanço posso morrer, de alma lavada e com a paz da lutadora que sómente percebeu que mais díficil é encontrar, e que fácil é perder.

terça-feira, 6 de março de 2012

As tuas coisas

Tão físico e tão espiritual. Tão falador e tão pensador. Tão crítico e tão paciente. Tão optimista e tão frágil. Tão determinado e tão perdido. Tão sonhador e tão cego. Tão leal e tão interrogativo. Tão nobre e tão cruel. Tão livre na alma e tão preso algures. Entendes tão bem, e não podias ser mais mal percebido. Tens tudo por descobrir, mas já sabes aquilo que eu ainda não sei. És tão móvel e tão fixo. És recto, mas gostas mais de curvas. Vês tudo, só não olhas para mim. Irritas-te com as coisas, e és a coisa mais irritante. As coisas corriqueiras geres com graça, e as sérias com uma graça ainda maior. Tens a preocupação na pele quando fica baça, mas o sorriso luminoso na boca. Tão natural, e tão moldado, e tão perfeito.  E todos os dias um bocadinho mais deliciosamente irresistível.

segunda-feira, 5 de março de 2012

Igual ao nosso

Ninguém me convence que já não és meu.
Ninguém me convence que mesmo que te tenhas deixado roubar de facto.
Ninguém me convence que o teu coração já não é meu.
Passem os meses, e os anos, duvido que esqueças: és meu.
Não sei como são os dias dentro da tua cabeça.
Gostava muito de saber, se choras como eu, se agonias como eu, se vês uma casa cheia numa vazia, ou se vês uma casa vazia numa casa cheia, se sentes este desespero igual ao meu.
O desespero de não saber se existirá no mundo algum amor igual ao nosso. E saber que o nosso, já não é nosso. Perdeu-se.

Mís dias sin ti

mis días sin ti son tan oscuros 
tan largos tan grises 
mis días sin ti 
mis días sin ti son tan absurdos 
tan agrios tan duros 
mis dias sin ti 
mis días sin ti no tienen noches 
si alguna aparece 
es inútil dormir 
mis días sin ti son un derroche 
las horas no tienen principio, ni fin


tan faltos de aire 
tan llenos de nada 
chatarra inservible 
basura en el suelo 
moscas en la casa 


mis días sin ti son como un cielo 
sin lunas plateadas 
ni rastros de sol 
mis días sin ti son sólo un eco 
que siempre repite 
la misma canción 


coro/chorus 


pateando las piedras 
aún sigo esperando que vuelvas conmigo 
aún sigo buscando en las caras de ancianos 
pedazos de niño 
cazando motivos que me hagan creer 
que aún me encuentro con vida 
mordiendo mis uñas 
ahogándome en llanto 
extrañandote tanto 
mis días sin ti 
cómo duelen mis días sin ti

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Abraça o Conteúdo e Não a Forma

"
Às vezes o homem repudia a mulher, ou a mulher muda de amante, por se ter desiludido. Consequências do comportamento leviano quer de um quer do outro. Porque só é possível amar através da mulher e não a mulher. Através do poema e não o poema. Através da paisagem entrevista do alto das montanhas. E a licenciosidade nasce da angústia de não se conseguir ser. Quando uma pessoa anda com insónias, volta-se e torna-se a voltar na cama, à procura do fresco ombro do leito. Mas basta tocá-lo, para ele se tornar tépido e recusar-se. E ele procura noutro sítio uma fonte durável de frescura. Mas não consegue dar com ela, porque mal lhe toca a provisão esvai-se.


O mesmo se passa com aquele ou com aquela que se fica no vazio dos seres. Não passam de vazios os seres que não são janelas ou frestas para Deus. É por isso que, no amor vulgar, só amas o que te foge. De outra maneira, vês-te saciado e descoroçoado com a tua satisfação.
"
Antoine de Saint-Exupéry, in "Cidadela"

sábado, 14 de janeiro de 2012

Et voilá....

Foi quando descobri que não existias que comecei a mudar de vida. Comecei pelo cabelo, cortei-o de um comprimentos que já não se via à uns 10 anos.
A seguir comecei a pensar como tinha sido ultimamente a minha vida. Pensei quais as coisas que queria mudar, quais as coisas que me incomodavam, sem avaliações racionais, mais sim emocionais. Sim, emocionais, por mim, pois sempre fui muito boa a não ver aquilo que está à minha frente, porque sempre fui muito displicente na utilização do meu coração para para chegar a certas conclusões mais ou menos obvias.
E quando me parecia tão óbvio que tu existias, afinal não existias. Talvez tenha sido demasiado racional, e a minha estupidez irrita-me. Porque sim, tu existes, tens um BI, um nome, uma profissão, amigos e família, mas para mim não existes de facto, ou não podes existir. E ainda bem que... descobri.
Descobri, Deus sabe como, que não existias, só Deus sabe que naquele momento senti que tinha um coração onde se gerou um vazio do tamanho de 50 buracos negros. Nesses 50 buracos negros onde cabiam os meus sonhos, os nossos sonhos conjuntos, da nossa casa de Lisboa, da nossa casa de férias,  dos nossos amigos, todos os convidados no nosso casamento, dos mais chegados, aos mais afastados, todas as viagens que íamos fazer juntos, todo o amor que eu tinha para ti, os nossos 5 filhos, os nosso 10 netos, até os nossos bisnestos, todos estavam lá em peso, até estávamos eu e tu abraçados na nossa cama, quente e cheia de tudo o que sempre quisemos, o amor verdadeiro, isto tudo num buraco que os engoliu a todos integralmente em três segundos, o tempo suficiente para que terminasses uma frase. Então eles desvaneceram-se, foram engolidos. 
Ficou o vazio e os meus outros sonhos, singelos e sem graça. Ficou ainda outra coisa, uma certeza. A certeza que ninguém nunca na vida vai conseguir voltar a preencher esse vazio na totalidade, na plenitude e perfeição que só tu tens.
E depois, de mudar o cabelo, mudei tudo. Só não mudei de cidade para continuar a poder ver-te.
As mudanças foram drásticas. Acabaram-se os filmes românticos. Decidi parar de sonhar com qualquer coisa. Não podia mais. Os sonhos magoam. Limitei-me a fazer, viver o que está aqui real diante de mim e a sentir. E essa foi a mais drástica das mudanças. E sem honra qualquer especial para ti, a única coisa que ainda não tinha decido nas minhas mudanças era se me iria passar a apetecer mais ou menos meanless sex. Ah, e já me esquecia, comecei também a aprender francês, só para me entreter.

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

domingo, 1 de janeiro de 2012

I can never leave the past behind

Regrets collect like old friends
Here to relive your darkest moments
I can see no way, I can see no way
And all of the ghouls come out to play
And every demon wants his pound of flesh
But I like to keep some things to myself
I like to keep my issues drawn
It's always darkest before the dawn

And I've been a fool and I've been blind
I can never leave the past behind
I can see no way, I can see no way
I'm always dragging that horse around
And our love is pastured such a mournful sound
Tonight I'm gonna bury that horse in the ground
So I like to keep my issues drawn
But it's always darkest before the dawn

Shake it out, shake it out, shake it out, shake it out, ooh woaaah
Shake it out, shake it out, shake it out, shake it out, ooh woaaaah
And it's hard to dance with a devil on your back
So shake him off, oh woah

I am done with my graceless heart
So tonight I'm gonna cut it out and then restart
Cause I like to keep my issues drawn
It's always darkest before the dawn

Shake it out, shake it out, shake it out, shake it out, ooh woaaah
Shake it out, shake it out, shake it out, shake it out, ooh woaaah
And it's hard to dance with a devil on your back
So shake him off, oh woah
And it's hard to dance with a devil on your back so shake him off

And given half the chance would I take any of it back
It's a fine romance but its left me so undone
It's always darkest before the dawn

Oh woah, oh woah...
And I'm damned if I do and I'm damned if I don't
So here's to drinks in the dark at the end of my road
And I'm ready to suffer and I'm ready to hope
It's a shot in the dark and right at my throat
Cause looking for heaven, found the devil in me
Looking for heaven, found the devil in me
Well what the hell I'm gonna let it happen to me

Shake it out, shake it out, shake it out, shake it out, ooh woaaah
Shake it out, shake it out, shake it out, shake it out, ooh woaaah
And it's hard to dance with a devil on your back
So shake him off, oh woah

Shake it out, shake it out, shake it out, shake it out, ooh woaaah
Shake it out, shake it out, shake it out, shake it out, ooh woaaah
And it's hard to dance with a devil on your back
So shake him off, oh woa