Não fui feita para esta coisa de ter um emprego. E não é que não goste muito do que faço, ou que não me divirta bastante e desfrute. Apesar de haver uma parte de mim que é uma gestora voraz, motivada e e inteligente, existe outra parte que quer ficar em casa, com os dedos num teclado à espera de ideias para teclar, entre as minhas almofadas, as minhas plantas, o choro dos meus filhos, a caneca do café, e às vezes em camisa de noite. Existe uma parte de mim que quer criar, inspirar e tornar o mundo mais bonito de uma forma menos para os outros, mas sim para mim.
O mais curioso é que eu não sei escrever, dou erros ortográficos, sei pouco de técnicas de escrita, sintaxe, gramática, modos de narrar, escrita criativa, jornalismo, romances ou o novo acordo ortográfico. Nunca estudei jornalismo, letras ou estudos portugueses.
Apenas sei, quero escrever, em português. Quero escrever, escrever, escrever, e ouvir crianças a brincar à minha roda, e vislumbrar as musas da literatura a voarem por cima de mim.
Dizem que o caminho para o melhor emprego do mundo, é quandor tornamos o nosso hobbie no nosso trabalho. Isso seria mais do que bom.
E não quero inventar histórias, personagens e enrredo como nos dizia o Paul Auster, quero dizer a verdade ou uma verdade qualquer, que muitas vezes pode ser a minha, do modo mais belo possível. Belo a valer, beleza de verdade. Gosto de filosofia, artes, biografias e cultura. Gosto de textos com humor, com palavras esquisitas, meios formais, que me surpreendem, críticos e inteligentes, uma vezes simples, outras complicados. Por isso não sei se posso dizer que quero ser escritora, talvez queira ser critica, filosofa, jornalista ou pedagoga, desde que tenha os dedinhos no teclado todo o dia e os olhos do lado de fora da janela.
Sei que me falta muito para lá chegar, pelo menos no conceito em que imagino, mas só falta começar... por exemplo hoje, agora mesmo, se seguida com o click no botão "publicar".