Depois de tanto tentar amar e ser amada, descobri que apenas me amo cada vez mais e só a mim. Não vos amei integralmente, amei em cada um de vós a pequena parte com a qual me identifiquei, e amei. Amei descobrir esses bocadinhos que afinal eram meus, e não vossos. Esses bocadinhos pensadores, contidos, sorrisos-meios, empreendedores, escritores, viajados, de confiança, inspirados, intelectuais, fogosos, dedicados, românticos, íntegros, filosóficos, abertos, empenhados, com mentes que ultrapassam espaços e tempos, separados ou juntos, leais, preguiçosos ou sonhadores. Todos esses bocadinhos são meus, só meus, e eu amo-me, e às vezes amo-vos a vocês porque me deram isto tudo, e talvez mais.
E agora posso descansar. Em paz. Não há mais ninguém para ser amado.