domingo, 24 de julho de 2011

Do verdadeiro

É de repente, não precisa de ser à 1ª vista, mas é de repente, em que tudo te faz sentido.
De repente já podes mudar tudo o que nunca queria mudar, já queres abdicar da liberdade, já toleras tudo, já choras compulsivamente, tens um viveiro de borboletas na barriga, entras numa espiral semi-obcessiva de sonhos, pensamentos e desejos, o corpo está pronto para aventuras, gastas todas as tuas poupanças, mudas de casa, mudas quem eras, e até quem ias ser, ficas mais bonito/a, todas as babuseiras sobre o futuro se reformulam, até podes ajustar a maneira de vestir, e o sítio onde vais às compras da semana, os teus fins de semana ficam enjorcados de novas motivações, o olhar ilumina o dia, o sorriso é um vento de te percorre a alma sem sobrar um cm2 que esteja fora do tornado, e sim, és feliz. De preferência para sempre. E se não for assim, esquece, não quero.
Mais tarde descobres que leêm os mesmos livros, escrevem palavras da mesma família semântica, e até que querem morrer no mesmo sítio.
Assim é mesmo do verdadeiro. É assim que eu o imagino.