Não voltes, pelo menos para mim. Não voltes porque eu não te quero. Nem como homem, nem como amigo, nem como tapete da entrada, nem como carregador de malas.
A tua estadia por aqui foi longa demais. Primeiro quiseste viajar, mas depois, instalaste-te, como um intruso, abriste as malas, penduraste os teus trapos nos meus cabides, e nem quiseste ir fazer tours culturais ou boémios, ficaste apenas como uma sanguessuga exploradora, uma piranha devoradora de boas intenções.
Agora parte para onde não há nada, e onde vais ter que ser essa personagem inventada por ti, vazia e egoísta, onde a tua miséria é a coisa mais valiosa que (não) existe.