A necessidade visceral de sonhar é-me inata. Não se vive sem um bom sonho que me alimente e que me mantenha a mente quase 100% ocupada, que me excite, que exercite os meus temas de conversa, que me faça saltar da cama, que me faça arranjar de manhã mais bonita, que me acenda uma chamazinha no coraçação, e que ocupe o pensamento nas salas de espera dos consultório, na fila so supermercado, nas mesas dos restaurantes enquanto espero pelo prato que pedi, enquanto espero no café pelo amigo com quem marquei o encontro, enquando espero pelo cliente com quem marquei uma reunião, enquanto espero que o Outlook sincronize com o Blackberry, enquanto no duche penso o que vou fazer naquele dia e só quero concluir que o meu dia tem o objectivo máximo de me aproximar daquele sonho lindo que mora no meu coração, que me faz suspirar, que me tira a fome, me põem lágrimas nos olhos, me põem mal disposta de ainda não ter acontecido, me dá ansiedade, me angustia, me faz fazer kilometros, me faz corar, o que me acorda a meio da noite, e que me dá nós no estomago. Quem não tem uma coisa destas, não tem vida.